segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

‘’As Quatro Chagas’’

I Nascimento

Foste tu, que nascera nessa casa cheia de dor
Parto sangrento!
Expulsão miserável!
''Não pedi para nascer, ó Deus''!
Sou o aborto abrupto da morte no mundo
Chorei ao ser parido
Mal sabia eu, que a vida inteira seria condenado ao pranto

II Velhice

Dantes de madurar, já apodresci
Decrepito, moribundo, decadente, caduco
Como queira!
Já não mais a beleza da juventude
De experiência só tenho sofrimento
De amores e devaneios
Acabei ficando sozinho

III Doença

Meu coração frágil reluta
Ofegante respira, vagarando o infarto
Meus pulmões, duas chaminés
Há muito não limpas
Feito céu cinza em dia de tormenta
Estomago ulcerado, um matadouro em sangria
Fígado esclerosado, cirroso!
Se um verme fosse diagnosticar-me, diria:
 - A podridão se alastrou, a podridão o tomou
Maldito lázarento!

IV Morte

Enfim...
Vinícius M. Maciel