Madrugue, meu bem
Que o amanhã ninguém diz
Vamos sair, visitar a Lua
Nos embriagar por toda rua
Sem donos, um do outro, tolos
Iluminados pela triste luz pálida
dos postes, na calada…
Quero girar bêbado em teus braços
Cair tonto, entorpecido pelo ódio das drogas
E pela melódia melancólica de um blues antigo
Quero me afogar no teu riso fácil
Andar de mãos dadas no precipício
Na corda bamba, com os olhos vendados
E quando cairmos, que seja na cama
E se deitarmos, que seja de cansaço
Do gozo, dos dois corpos num!
Morreremos nos suspiros, nos corações agitados
Na pele suada, com a mente em transe
Enquanto a fumaça nos consome, a bruma nos dorme
E quando acordar ao lado teu, verei que ainda sonho
Vinícius M. Maciel