Gosto das maçãs do teu rosto
Imagino sempre um pomar de caveiras
Gosto das órbitas onde teus olhos habitam
Imagino a escuridão e a cegueira
Aprecio a natureza morta do teu corpo
Graciosa feito a manhã de jasmins
Preguiçosa feito o morto de frente a lareira
Suspenso entre as flores do jardim
Pousa em tua janela sempre o mesmo corvo
Rego aquele jarro sempre a mesma semente
Mas nenhuma flor me desmente
E nem a morte sorri para mim!
Vinícius M. Maciel