quinta-feira, 23 de maio de 2013

Assombradiço (À Sombra disso)

Chegada a noite, tu anoitece
Adormece, mesmo com os ratos que arranham o forro
Na pia, feito um estalactite sob a louça suja
Como o tic-tac do relógio – terríveis ponteiros
Assombroso, escurece
Feito tortura nazista, enlouquece
Escala corredores vazios, paredes opacas
Ecoa a solidão
E o silêncio grita que ensurdece
Se debruça em lençóis, pesadelos
Com o ranger do que há muito não viu óleo
Vigiado por aqueles pesarosos olhos
Reza, para que o dia chegue logo…
Vinícius M. Maciel

segunda-feira, 13 de maio de 2013

''Narcose''

Tão certo quanto a gravidade
Tal como o fumo da kriptonita atônita
Queimando cérebros
De névoas inebriantes
Ao famoso trago
Pois é só isso que comigo trago
As nuances do vicio e o tabaco envenenado
Pouca fome: fome de viver
A doença é um cigarro aceso
A veia pulsante e as narinas sedentas
Frita na caldeira do inferno
Que a felicidade existe, é um tapa buraco
Vinícius M. Maciel