quinta-feira, 10 de abril de 2014

''O Náufrago''

O amor é apenas coito, é gozo
E eu não consigo mais amar...
Não sei que bruxaria ou sortilégio me atingira
Tenho asas e não posso voar - como o galo
E tudo que pendia ao canto agora é rouco
Sem alicerce algum despenca
Já me é tão familiar o fosso
Que nada mais me alumia os escombros
Por Deus!
Que males ou sacrilégios cometi?
Pecado foi o teu de ter me trazido à vida!
Só uma centelha me resta ainda
Lúcido eu já não mais fico
Sou o náufrago em um mar de vinho
Se sento a proa em uma ilha
Onde eu mato a sede sempre à beira
Deixo o amor à deriva
E me isolo na solidão de um misantropo
Vinícius M. Maciel

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