Hoje não estou pra multidão
Queria uma garrafa de conhaque vagabundo
Porque hoje, cerveja alguma aquece minh’alma
Queria beber calado, afogando toda e qualquer
Palavra atrevida que teime em querer sair
Da boca
Beber e ficar surdo, para não ouvir o coração
Perder o tato na ilusão que é te tocar
Fazer da garrafa uma jaula
Que eu me sinta bem melhor dentro
Que no lado de fora que me aprisiona
Hoje não estou para comunhão
Devo morrer hoje, bem mais do que em outros dias
Da preguiça da sobriedade
Ao tédio da embriaguez
Do beco sem saída que se tornou essa falta de prazer
Tanto na perda, quanto na manutenção da lucidez
Hoje, a monotonia da ressaca de ontem
Junto a ressaca de amanhã!
Vinícius M. Maciel