Fim de noite, triste alvorada
Ouço só, a conversa entre o vento e as folhas
Calado, me atento a não escutar o frio
Que me gela a alma imortal
Trazendo a solidão de outras eras
Do primórdio do meu eu
poeta
À origem do meu eu
sofredor
Todos suplicam por pouco
Para que cesse esse suplício sem pudor!
E se um gênio ardiloso
De uma lampada mística surgisse
E oferecessem os tais três mágicos pedidos
Seriam eles:
Tragos de vinho, tabaco e uma morte bela
- Embora toda morte
seja bela
E ai dos queixumes mundanos
Me sigam além da carne em outro plano
Morro de novo
Até meu coração morto
Reencarnar desmemoriado outra vez
Vinícius M. Maciel
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