segunda-feira, 29 de setembro de 2014

''Géia da tristeza''

Tu és massa fecunda, ignóbil e sem par
O mais podre lixo orgânico
Dos genes e dos germes que se agrupam
Proliferando o mal secular!
Sai das próprias vísceras, a ideia de cura
Pr’esse terror vil que te afunda
Te acorrenta e te joga no fundo do mar
Quiseste bem, com audácia,
Domar a tormenta de um vespeiro
Tem a coragem do herói trágico grego
Mas sua morte é a única glória que peleja
Fracassado e fadado a derrota
Carrega o pejo de um pária, ou poeta
Qual seja!
Ama a mulher, a Géia da tristeza
E toda noite, no seio de um demônio se debruça
A escuridão é o único Deus que festeja
Mas é no lusco-fusco ao mar
Que de alguma forma se acalenta
E toma de exemplo o Sol, que todo dia morre
Para n’outro dia desinibido nascer
E assim caminhando,
insistindo viver…

Vinícius M. Maciel

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