quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

‘’A Fadiga’’

Tudo é tão previsível
Eu não tenho medo de morrer
Tenho medo desse desespero
Do grito que não se propaga no vácuo
E do vazio universal que sinto em meu peito
Essa fadiga entediante
-        Se chama ela, vida!

Esse silêncio ensurdecedor me engulha os tímpanos
E esse ócio aterrador, que só me empurra para o pântano
Me corta os tendões dos pés e me arrebata ao chão que sente
Minha cama não me conforta em sono
As noites são sempre cada vez mais sofrentes
Será que meu descanso será mesmo só em uma cova quente?

Enojo a saúde desses sátiros saltitantes
Incumbidos de amor, esse licor de inebriante felicidade
Esse vigor imunitário enganador
Sou eu, aquele monstro solitário que só se esconde
E todo aquele bicho que na floresta clama
Com certeza é meu parente distante
Vinícius M. Maciel

Um comentário: