quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

''Tânatos''

És tu que vejo, Tânatos?
Pois das sombras as quais me ergo
São tuas asas que vejo bater
E há muito por ti anseio
Desd'os tempos que um corvo fui
Aos tempos que uma rocha tentei ser
Estás só de passagem
Ou finalmente vieste me buscar?
Visto a mortalha casualmente
Se outro dia resolver voltar
Do mesmo jeito pronto, de grado estarei
Talvez seja assim, desde a carne que o osso confronta
E o espírito trôpego cujo a passada reluta
Mais nada em vida o coração afronta
Se não levar-me hoje, que assim seja
Eu espero com desgosto
Algum vinte e um de agosto...
Vinícius M. Maciel

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