Hei
de andar nessas ruas, o cão escleroso
Uma
carcaça ao meio dia, sob o Sol impiedoso
Há
de bufar agonia, toda essa hipocondria
Está
só pele e osso, maldita seja essa patologia
Seu
corpo todo envolto de um flertar de moscaria
O
urubu carniceiro, paira longe a sua mira
É
de enojar essa epiderme, ó alastrado enfermo esta pira
Até
para o triste verme polífago
Que
ama o funeral de epidemias
Fede
mais que o próprio morto
Nas
vésperas da missa de sétimo dia
E
nada de mais lamentoso
Hei
de escutar um dia, se não o cão pavoroso
A
uivar melancolia
Vinícius M. Maciel
Nenhum comentário:
Postar um comentário