quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Válvula de Escape


Põe-te óleo a essas engrenagens
Que de teus sonhos
À mera fantasia
Sem coagulações, eu juro
Assim na rotatória de todo sangue
que me suja as veias
A velha fibra da carne
Aquela mesma imposta na ceia
A dor e a sangria amarga
Sinto, mesmo que na ponta da língua
Toda ferrugem que provém do oxigênio
E apesar disso, com pesar vos digo:
- A todos neurônios perdidos
o luto de meus axônios já gastos!
Pois são sempre
aqueles mesmos entorpecentes
Que como um óculos de lentes do obscuro
Te fazem entornar a realidade de outrora
De teu passado que um dia foi futuro!
Vinícius M. Maciel

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